
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” Atos 2.42.
O nosso Deus conhece a nossa natureza humana imperfeita. Ele sabe que somos fracos, que tropeçamos e que dependemos totalmente da sua graça para nossa salvação e vida diante dele. Por isso Ele nos concedeu meios de graça, que são: a Palavra, os sacramentos e a oração. De acordo com o Breve Catecismo de Westminster, eles são eficazes aos eleitos para a salvação, pois é por meio deles que Cristo comunica as bênçãos da redenção (Pergunta 88). Assim como os meios de comunicação (televisão, internet, computador, smartphone) são formas de interagirmos com as pessoas e com o mundo, os meios de graça são formas de nos relacionarmos com Deus, recebermos a sua graça e sermos moldados à imagem de Cristo.
A pregação do evangelho é o principal meio pelo qual o Espírito Santo comunica a graça de Deus ao nosso coração. É também o meio pelo qual o Senhor concede fé ao seu povo e fortalece essa fé, para confiarem continuamente nele e em suas promessas (Rm 10.17). Os sacramentos são sinais que não somente apontam para as bênçãos que temos em Cristo, mas confirmam essas bênçãos a nós pela fé. Eles significam e comunicam o lavar regenerador do Espírito, a união com Cristo e a nutrição espiritual que temos nele (Rm 6.4; G 3.27; Jo 6.53-55). A oração é o meio pelo qual nos relacionamos intimamente com Deus. Por meio dela, o Senhor inclina os seus ouvidos, ouve os desejos dos seus filhos e os acode em suas necessidades (Sl 10.17; 116.1-2). Mas a oração precisa ser muito mais do que apresentar petições, o seu grande propósito é desfrutar do próprio Deus, para que Ele seja a nossa alegria.
Todos os meios de graça estão presentes de maneira mais completa na reunião do povo de Deus para adoração. Isso nos lembra que Deus não salvou para nos deleitarmos nele como indivíduos solitários, mas como membros do corpo de Seu Filho. Por isso, não negligenciemos a comunhão do povo de Deus e os meios de graça instituídos pelo Senhor, pois, como alertou J. C. Ryle “Afirmo como fato que ninguém que se descuida quanto a esses exercícios pode conseguir grande progresso no caminho da santificação. [...] Essas disciplinas são canais determinados, através dos quais o Espírito Santo transmite sempre novos suprimentos da graça à alma do crente, fortalecendo a obra que Ele já iniciara no homem interior”.