Categoria: Artigos
Data: 22/10/2023

“Eis aí vem dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá” Jeremias 31.31.


Podemos olhar para a Bíblia Sagrada como um roteiro que narra os maravilhosos feitos do Senhor. Uma das maneiras de unificar esse grande drama é por meio do conceito de aliança ou pacto. A leitura da Escritura a partir dessa lente se tornou tão distintiva da tradição reformada, que ela foi apelidada de teologia da aliança ou teologia pactual. Um pacto é um relacionamento formal entre duas partes que inclui direitos e deveres, bênçãos e maldições decorrentes da obediência ou desobediência às estipulações do pacto (cf. Dt 28).


O primeiro pacto feito com a humanidade foi o “pacto de obras”, no qual “a vida foi prometida a Adão e, nele, à sua posteridade, sob a condição de perfeita obediência pessoal” (CFW 7.2; cf. Gn 2.17). Entretanto, Adão desobedeceu e quebrou o pacto ao comer o fruto proibido. Por isso, a maldição foi aplicada, o pecado e a morte entraram no mundo e passaram a todos os homens, porque em Adão todos pecaram (Rm 5.12). Uma vez violado o pacto, a única esperança da humanidade estava enraizada na graça. Desta forma, o Senhor fez um segundo pacto, chamado de “pacto da graça”. Neste, Deus “livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por meio de Jesus Cristo, exigindo deles a fé para que sejam salvos e prometendo o seu Santo Espírito a todos os que estão ordenados para a vida” (CFW 7.3; cf. Rm 8.3-4). Esse pacto começou a ser mostrado ainda no Éden, na mitigação da maldição e na promessa de um redentor (Gn 3.15). Ele se desdobra ao longo de todo o Antigo Testamento até chegar a Jesus, o Messias aguardado.


Embora diferentes, os pactos das obras e da graça não podem ser totalmente separados. O pacto das obras permanece ativo, pois Deus ainda exercita seu juízo sobre aqueles que quebram a sua lei. Desta forma, o caminho da salvação está amarrado ao primeiro pacto. Mas este foi cumprido totalmente pelo segundo Adão, Jesus Cristo, ao obedecer perfeitamente as exigências da lei e, além disso, receber o castigo pela nossa desobediência (Lc 22.20). Por isso, pela fé em Cristo entramos no pacto da graça, pois Deus aceitou a obediência de seu Filho em nosso lugar (Rm 5.18-19). Resumindo, Jesus Cristo cumpriu o pacto das obras, para que nós pudéssemos ser aceitos no pacto da graça, recebendo perdão dos pecados, reconciliação com Deus e vida eterna. Tudo isso “para louvor da glória de sua graça” (Ef 1.6).


Autor: Rev. Alexandre Amin de Oliveira   |   Visualizações: 1475 pessoas
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