
“Para que não mais sejamos como crianças, arrastadas pelas ondas e levadas de um lado para outro por qualquer vento de doutrina” Efésios 4.14.
Praticamente toda igreja cristã afirma crer na Bíblia. Mas, a partir disso, surge a necessidade de entender o que essa igreja acredita que a Bíblia ensina – sobre o homem, sobre Deus, sobre a salvação, sobre o salvador e daí por diante. Uma igreja reformada, além de afirmar que a Escritura Sagrada é a infalível regra de fé e prática, também adota documentos públicos como expressão fiel do ensino bíblico, conhecidos como Confissões de Fé. Há evangélicos que torcem o nariz para isso e que afirmam não ter “nenhum credo, somente Cristo”. Mas esta posição é ingênua e contraditória. Mesmo que não adote um documento formal e público, é inevitável que uma igreja tenha posições doutrinárias que moldarão o seu ensino e prática.
As igrejas reformadas acreditam que as confissões de fé são bíblicas. A própria Escritura apresenta breves afirmações doutrinárias, as quais o povo de Deus foi chamado a professar publicamente, como resposta à ação graciosa e redentora do Senhor (alguns exemplos: Dt 6.4; Dt 26.1-11; Mt 16.16; 1Co 15.3-4; Ef 4.4-6; 1Tm 3.16). Além disso, as igrejas reformadas acreditam que as confissões de fé são necessárias para dar testemunho da nossa fé ao mundo. Como disse Daniel Hyde: “Sem algo para confessar, nossa fé é vazia e sem significado a um mundo carente de Cristo e das respostas que Ele dá para nós”.
As igrejas reformadas também acreditam que as confissões de fé são benéficas. Elas auxiliam para que a igreja preserve a unidade do corpo na mesma fé (Fp 1.27), para que a igreja tenha um padrão objetivo de verdade em meio a falsas doutrinas e filosofias (Ef 4.14; Jd 3) e para que a igreja tenha um padrão público e claro por meio do qual o ensino e a prática cristã poderão ser avaliados e corrigidos (1Jo 4.1). Sendo assim, não será o pastor, um grupo majoritário ou mesmo as tendências do momento que definirão o que será ensinado e praticado em uma igreja reformada, mas as confissões de fé adotadas como padrão doutrinário, que auxiliarão na leitura e aplicação da Escritura para os dias atuais.