
“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas.” Atos 17.24.
Sabemos que a missão da Igreja é fazer discípulos de todas as nações (Mt 28.19). Por “Igreja”, não nos referimos somente ao corpo de Cristo tratado em sua totalidade ou a uma igreja local, mas também a cada cristão individual. Sendo assim, para o cumprimento da missão, cada um de nós deve evangelizar, isto é, falar do evangelho para as pessoas com as quais convivemos. Mas o que exatamente devemos falar? J. I. Packer, na obra “A Evangelização e a Soberania de Deus”, resumiu o conteúdo da mensagem evangelística em quatro partes: Deus, pecado, Jesus Cristo e fé e arrependimento. Observemos a primeira parte: Deus.
É impossível que alguém compreenda a si ou o evangelho sem antes compreender algo sobre o verdadeiro Deus. Quando o apóstolo Paulo pregava aos judeus, ele partia deste pressuposto, pois seus ouvintes já conheciam o Senhor (p. ex. At 13.16). No entanto, quando ele pregava aos gentios, fazia questão de “começar do começo”. Um bom exemplo é quando ele falou com os atenienses no Areópago (At 17.16-34). Seus ouvintes eram “acentuadamente religiosos”, mas ainda não conheciam o Deus vivo e verdadeiro. Por isso, ele anunciou aquele que fez o mundo e tudo o que nele existe, que não habita em santuários feitos por mãos humanas, nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse, que não é semelhante ao ouro, prata ou pedra, mas que sustenta a todos os que dele recebem vida e respiração, para que possam buscá-lo (At 17.24-28).
Paulo queria mostrar que todos fomos criados pelo mesmo Deus, o único Deus que existe. Que dependemos completamente dele e que Ele tem direito absoluto sobre nós. Ele nos criou para o glorificarmos, para cumprirmos a sua perfeita e boa vontade. A essência da vida é adorar ao Criador. Conforme Packer colocou: “somente depois de termos entendido isso, estaremos em condições de reconhecer o que é pecado, e somente quando reconhecemos o que é o pecado, podemos entender as boas novas da salvação do pecado”. Por isso, “conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR” (Os 6.3), para que possamos nos aproximar dele e ter o que dizer para as outras pessoas.